• Carmen Moreira
• kindergardenrecreio

O cérebro de uma criança na primeira infância – período que engloba os seis primeiros anos de vida – é uma janela de oportunidades. Todas as influências ambientais a que esse novo indivíduo é exposto são absorvidas e se tornam experiências e aprendizados. Até os 4 anos, por exemplo, quando a distribuição da mielina, substância responsável por proteger o circuito neural, começa a se fixar, a mente de uma criança é um livro em branco, pronto para ser preenchido rapidamente.

De acordo com uma pesquisa conduzida por cientistas britânicos e norte-americanos e publicada pelo The Journal of Neuroscience, se nessa idade uma criança for exposta a dois idiomas, suas chances de ser fluente em ambos aumentam consideravelmente. Para se ter ideia, embora essa janela permaneça aberta durante toda a vida, o cérebro vai aos poucos perdendo sua plasticidade inicial, o que torna cada vez mais complexo o aprendizado. Sabendo disso, fica fácil concluir que estímulos adequados durante a primeira infância são fundamentais para a evolução e formação desse indivíduo.

E é exatamente nesses seis primeiros anos que a criança, cada uma em seu ritmo, aprimora capacidades como enxergar, se movimentar, conhecer o próprio corpo, aprender, se comunicar, se integrar socialmente e até começar a ler e a escrever. Uma pesquisa encomendada ao IBOPE pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal mostrou que crianças que passam o dia (ou parte dele) em creches recebem muito mais estímulos – por meio da contação de histórias e do manuseio de brinquedos e material adequado a cada faixa etária, por exemplo – do que aquelas que ficam em casa sob a responsabilidade de pais ou cuidadores. Além disso, a rotina experimentada pelas crianças que frequentam uma instituição de ensino, com horários fixos para brincar, se alimentar e dormir, favorece o desenvolvimento da segurança e da autonomia desse indivíduo.

Para Márcia Pinto, idealizadora da creche-escola Kindergarten Recreio, o ambiente escolar deve ser de múltiplas possibilidades. “Nós criamos um lugar de estímulos. Quero que a criança tenha a oportunidade de experimentar desde sabores variados até atividades diversificadas. Que tenha vivências para escolher preferências e somar aprendizados. Por esse motivo, aqui na Kindergarten, as atividades extras estão incluídas na escolaridade. Para nós, não faz sentido apenas algumas crianças vivenciarem todas as experiências. Queremos que todas tenham essa oportunidade”, explicou. E pontuou: “Além disso, queremos criar um ambiente onde a valorização do outro prevaleça. Cada indivíduo é único e é assim que ele deve ser tratado.”.