Um dos assuntos mais controversos no universo materno é a ida da criança para a creche. Enquanto para umas mães é preciso voltar ao trabalho apenas quatro ou seis meses após o parto, para outras é imprescindível manter o filho por perto pelo menos no primeiro ou no segundo ano de vida. Seja qual for a escolha de cada família, quando chega o momento da separação – mesmo que por poucas horas ao dia –, medo, culpa, dúvidas e ansiedade tomam conta de todos.
“A adaptação das crianças menores costuma ser mais tranquila. Até os oito meses, elas ficam muito bem na creche e são as mães que, geralmente, sentem mais. Após os nove meses, os pequenos já começam a estranhar um pouco. A fase mais complicada é de 1 ano e meio a 2 anos. Mas, claro, cada criança é diferente da outra. Tudo depende do temperamento e também de como ela foi preparada para aquele momento”, explica Melissa Machado, coordenadora da creche-escola Kindergarten Recreio e que tem 23 anos de experiência em educação infantil.
Para Melissa, que também é mãe de duas meninas, Bia, de 13 anos, e Helena, de 6 meses, paciência e segurança são as palavras-chave para passar sem trauma por esse processo. “Os pais precisam ter certeza de que realmente é o momento de o filho ir para a creche, que ele está preparado e que a criança vai ficar bem naquele local que eles escolheram com tanto cuidado. É preciso confiar na instituição para só então iniciar o processo de adaptação”, avisa. E orienta: “Uma adaptação tranquila dura cerca de duas semanas e é feita sem pressa, com bastante integração do responsável com os cuidadores do local. Mas é preciso que, mais uma vez, os pais passem confiança para o filho e deixem que ele interaja com o educador.”.
Segundo a coordenadora, o tempo de permanência na escola no momento da adaptação é outro ponto crucial: “Geralmente, umas duas horas por dia é razoável para a criança ir se acostumando com o local e com as educadoras. Se o choro for muito persistente e a criança não quiser ficar, não insista. Tudo deve ser feito no tempo de cada um. Aos poucos, esse período vai aumentando gradativamente.”. Isso acontece porque, quando pequena, a criança não tem a noção exata do tempo. “O ideal é que ela saia da creche com gostinho de quero mais, com prazer de voltar no dia seguinte”, ressalta Melissa Machado.
Fora da creche, o ideal é que a família envolva a criança na escolha do local e na preparação para o grande dia. Mas tudo isso de forma leve e gradativa, para não gerar ansiedade no pequeno. Com os maiores, uma conversa franca é fundamental. “A criança precisa ter a certeza e a segurança de que vai ficar na creche por um período e que depois os pais voltam para buscá-la”, finaliza Melissa.
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