A vacinação é mesmo tão importante assim? Entenda
Pegando carona na campanha de vacinação contra a gripe, já em andamento em postos de saúde de todo o Brasil, nós, da creche-escola Kindergarten Recreio, achamos fundamental abordar um assunto tão sério para destacar a importância das vacinas tanto para a saúde das crianças quanto para o bem-estar de todos. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas gratuitas à população. Apesar disso, a cada ano, a imunização, especialmente entre as crianças, vem caindo. Segundo o infectologista André Faria, em 2018, o país registrou uma das piores taxas de imunização dos últimos 12 anos, abaixo da meta recomendada pela Organização Mundial da Saúde.
“A queda da vacinação preocupa muito as autoridades e a nós, infectologistas, pelo risco de surtos e epidemias de doenças fatais. É o que a gente observa nesse atual momento, com o retorno de doenças erradicadas e que estão voltando com força total, como é o caso do sarampo”, alerta o médico. Este ano, a confirmação de novos casos da doença – e por 12 meses consecutivos – fez o país perder o certificado de erradicação do sarampo, emitido pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).
Para especialistas, o fato de algumas doenças não fazerem mais parte da rotina da população há anos – especialmente entre os pais mais jovens – faz com que muitos acreditem que determinadas vacinas não são necessárias. “Algumas famílias preferem evitar a imunização das crianças por julgá-las saudáveis. Outros temem reações adversas”, explica André, garantindo, no entanto, que este é um pensamento perigoso. “A vacina não é curativa, mas, sim, preventiva. Por isso é importante imunizar as crianças antes de a doença começar a circular pelo país, como forma de prevenir o contágio e posterior disseminação”, orienta.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma população desprotegida faz aumentar e muito o risco de proliferação de doenças. “À medida que a cobertura da vacinação para algumas doenças cai, bolsões de pessoas suscetíveis aumentam. Em um grupo como esse, a presença de apenas uma pessoa infectada pode causar um surto de grandes proporções”, avisa o infectologista. “Sabemos que é muito difícil atingir 100% das crianças imunizadas, mas ao chegar próximo a esse nível, a chance de uma epidemia é muito pequena, mesmo na presença de um agente infeccioso”, esclarece.
Mas, atenção! Apesar de algumas vacinas causarem desconforto nas crianças após sua aplicação, não é recomendado o uso de paracetamol imediatamente antes ou depois de ela ser ministrada. Na ânsia de minimizar a dor local ou mesmo possíveis reações, popularizou-se o costume de dar uma dose preventiva do antitérmico. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, essa prática pode reduzir a eficácia da vacina, sendo recomendada apenas em casos específicos. Na dúvida, siga as orientações do médico responsável. Só não vale deixar de vacinar. Além de todos os bons motivos para proteger os pequenos, ter a caderneta de vacinação em dia é um direito garantido pela Lei 8.069/90, do Estatuto da Criança e do Adolescente, além de ser um ato de amor.
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