A decisão de colocar o filho em uma creche desde pequeno pode ser tomada pelo simples fato de que os pais precisam trabalhar. Mas muito mais do que um lugar que recebe e cuida das crianças, a Kindergarten Recreio visa oferecer novas experiências para que eles façam suas próprias descobertas e tenham um desenvolvimento pleno. Por este motivo, todas as atividades extras oferecidas estão abertas a todos os alunos, sem custo adicional. “Não temos a pretensão de formar atletas ou dançarinos profissionais, mas queremos que eles tenham a oportunidade de conhecer e experimentar para se desenvolver da melhor forma possível”, explica Márcia Pinto, idealizadora da creche-escola. Assim, natação, música, balé, judô e ioga estão à disposição de todos, com aulas em diferentes horários, nos dois turnos.
Nos meses mais quentes do ano, a professora Rhana Nouvel entra em cena com a natação, que tem aulas individuais para os menores e em grupos de 3 ou 4 alunos para os maiores, sempre priorizando a segurança e o desenvolvimento de cada criança. “É normal que os pequenos estranhem um pouco esse primeiro contato com o meio líquido, mas geralmente a adaptação deles é bem rápida”, avisa. De acordo com a profissional, as aulas individuais duram vinte minutos e as em grupo, trinta. “Mas se alguma criança está insegura, chorando, temos o cuidado de diminuir o tempo de aula e vamos aumentando aos poucos. A atividade deve ser prazerosa e não traumática”, enfatiza Rhana, que além do material apropriado para a natação, como boias, pranchas e macarrão de piscina, usa também brinquedos de borracha para deixar a aula ainda mais lúdica.
Quando o calor dá uma trégua, a natação dá lugar à ioga, com aulas conduzidas pela professora Paula Britto, que logo avisa: “Ninguém deve esperar ver crianças paradas, meditando. Isso não condiz com a idade deles. O que procuro fazer é um trabalho voltado para a respiração e para as posturas da ioga”. E descreve a atividade: “Começamos sentados em uma rodinha. Geralmente faço o OM, que é o som do universo, para eles entrarem em contato com a ioga. Alguns fecham os olhinhos e imitam, outros acham a maior graça, mas todos participam com curiosidade”. Paula conta ainda que aproveita o lado lúdico da ioga, quem tem posturas inspiradas nos animais, para atrair a atenção da garotada. “Eles adoram imitar o cachorro, o gato, a cobra… É uma forma de levar o universo deles para o exercício”, finaliza.
É em uma aula muito animada que o professor Kleber Aleixo encanta os alunos da Kindergaten Recreio com sua música. “As crianças adoram porque ficam livres para dançar, cantar, bater palmas. E enquanto elas se divertem eu trabalho noções de devagar, rápido, pausa, intensidade de ritmo e volume”, conta. Segundo o profissional, até mesmo os bebês do berçário interagem. “Usamos músicas conhecidas do universo infantil, canções que estão sendo usadas em outras aulas, então os alunos se identificam e participam de uma forma bastante espontânea. Até os mais tímidos entram na brincadeira e se soltam”, revela. Kleber garante ainda que com os maiores consegue trabalhar até mesmo a afinação: “Estimulo o cantar e não gritar, como é muito comum entre as crianças. E colocando a música no tom certo para eles, que é naturalmente mais alto, consigo bons resultados”.
Cabe à professora Clara Jusi a delicada e surpreendente missão de mostrar que o balé também pode ser para todos e não apenas para as meninas, como é mais difundido. “Dançar só faz bem ao corpo e isso não tem relação nenhuma com o sexo da criança”, avisa. E detalha: “Utilizo a nomenclatura dos passos para trabalhar com eles de forma diferenciada. Enquanto as meninas ‘sobem no salto alto (imaginário)’ para andar na meia ponta e esticar bem o corpo, os meninos ‘imitam o gigante’. É assim também com o passo do soldadinho, quando explico que por ele não usar salto, os pés de todos devem estar encostados no chão. Desta forma todo mundo participa da aula dentro do universo de meninos e meninas”. Segundo Clara, até os 6 anos as crianças devem ser inseridas no contexto do balé de forma lúdica e sem cobranças: “Não é uma aula de técnicas. Trabalhamos o desenvolvimento motor usando muita psicomotricidade e estímulos para que eles explorem e conheçam os movimentos do próprio corpo. E é gratificante ver que tanto as meninas quanto os meninos adoram”.
Eleito pela UNESCO como o esporte mais adequado para crianças, o judô também faz parte da grade de atividades da Kindergarten Recreio. Responsável pelas aulas, George Alexandre explica que desde muito novos seus alunos já entendem bem os valores do esporte. “Crianças de 2, 3 anos já sabem que não podem entrar calçados no dojô [tatame], entendem que precisam estar vestidos com o judogui [kimono] e aprendem a respeitar não só as regras, como também o colega e o meio onde estão inseridos”, garante. E para atrair e cativar meninos e meninas, George usa e abusa do lúdico: “Transformo minha aula em uma grande brincadeira, mas sem esquecer da disciplina que a luta exige”.
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