Ter uma alimentação saudável na primeira infância é fundamental para o crescimento das crianças e todo mundo sabe disso. Mas o que fazer quando eles simplesmente decidem boicotar novos alimentos sem nem provar? E quando aquela criança que adorava brócolis começa a rejeitar todos os legumes e verduras? Driblar a seletividade alimentar realmente não é uma tarefa simples, mas segundo Fabiane da Silva Pacheco, nutricionista da Kindergarten Recreio, é possível aproximar os pequenos dos alimentos para que eles passem a ter prazer e curiosidade de experimentar.
“Quando o bebê começa a introdução alimentar é muito importante deixar que ele toque o alimento, sinta o cheio, a textura. Isso faz com que ele fique mais envolvido e aberto a novas experiências”, explica. Já com crianças maiores as possibilidades aumentam e seletividade pode acabar – ou pelo menos diminuir – com atitudes simples, como levar as crianças a feiras livres e hortufrutis e convidá-los a participar da produção dos alimentos em casa. “É preciso deixar a criança participar da rotina da cozinha. Deixar que ela, literalmente, coloque a mão na massa em preparos mais simples e de acordo com cada faixa etária, naturalmente. Mas na construção de bons hábitos alimentares é essencial que eles saibam de onde vêm os alimentos e como eles são preparados”, avisa a profissional.
E como muitos pequenos passam a maior parte do dia na creche-escola, Fabiane promove aulas de culinária divertida para os alunos da Kindergarten Recreio. “E até os bebês participam”, garante. “Por causa da pouca idade eles não fazem as receitas, mas tocam os alimentos, cheiram, sentem a textura. E depois eles têm a oportunidade de provar a comida já pronta. Sempre, é claro, algo adequado à idade deles, sem açúcar e feito com temperos naturais”, detalha. “Mas partir do Berçário 2 eles já conseguem interagir mais e podem ajudar no preparo das receitas”, afirma.
Na hora de decidir a receita que será oferecida à criança, Fabiane dá a dica: “Escolha sempre os alimentos que estão na safra, que têm um valor nutricional maior, um sabor mais apurado, são mais fáceis de serem encontrados e de mais baixo custo”. E orienta: “É importante variar. Se a criança não gosta de uma determinada fruta, ela pode gostar em forma de suco, em forma de sorvete natural, no preparo de um bolo, um biscoito. Até mesmo oferecer o alimento de forma mais lúdica. Uma melancia espetada em um palitinho, por exemplo, pode aguçar a curiosidade e despertar o interesse de uma criança que antes, mesmo sem provar, já dizia que não gostava daquele alimento”.
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